O ensino-aprendizagem
As dificuldades para o ensino-aprendizagem vão além dos fatores orgânicos ou emocionais. A aprendizagem busca refletir a prática docente, portanto, não desvinculando a vida escolar do aspecto social, econômico e político, estrutura esta que implica nas relações existentes dentro e fora de seus espaços. O Processo de ensino-aprendizagem está centrado no educando e dá ênfase tanto ao método quanto ao conteúdo. O Processo de ensino-aprendizagem compreende a organização do ambiente educativo, a motivação dos participantes, a definição do plano de formação, o desenvolvimento das atividades de aprendizagem e a avaliação do processo e do produto. A atividade docente é caracterizada pelo desafio permanente dos profissionais da educação em estabelecer relações interpessoais com os educandos, de modo que o processo de ensino-aprendizagem seja articulado e que os métodos utilizados cumpram os objetivos a que se propõem.
Nesse sentido e com a finalidade de se buscar os objetivos da prática docente, que tem como fim, a aprendizagem, que é derivado do verbo aprender, cuja origem vem do latim (apprehendere, “compreender”), na conceituação, há uma diversidade bastante significativa referente a diferentes dimensões que o termo é utilizado, como por exemplo, os conceitos já citados no parágrafo de abertura, mas também, a aprendizagem sistemática, assistemática, escolar, profissional, religiosa, etc.
Estas questões servirão de evidencias, após observação de algumas teorias cujos fundamentos contribuirão para a determinação do tipo de formação que é oferecida ao aluno e ao tipo de prática docente realizada pelos professores e Instituições de Ensino, de conformidade com os interesses sócio-políticos e econômicos de cada um. Interpretando as idéias de Kieling Franco, pode-se afirmar que por muito tempo persistiu o conceito de aprendizagem (fundamentado na teoria behaviorista), como sendo mudança de comportamento resultante de condicionamentos, considerados como estratégia fundamental de se organizar as manifestações objetivas da atividade humana.
Tal conceito influenciou a ação pedagógica quando a escola ao objetivar transmitir conhecimentos, estimular a formação moral ou até mesmo (pretensamente, até porque não era dado ao aluno o direito de divergir, sugerir, etc.) desenvolver uma consciência crítica nos alunos, deveria recorrer aos processos de condicionamento. E quais os objetivos desse tipo de ensino-aprendizagem? Como reflexo da organização política e principalmente a econômica, o que se pretendia era exatamente a formação do ser humano submisso, subserviente, ou seja, incapaz de se insurgir contra o “status quo” da educação política, fundamentada numa filosofia política, da ciência da educação antitotalitária, pacifista e mesmo utópica, no sentido de exigir e chegar aos princípios básicos de justiça social, buscando uma “nova aliança” com a natureza através de práticas pedagógicas dialógicas.
Contudo, muitos caminhos foram trilhados para se chegar a um ensino-aprendizagem com qualidade, por exemplo, o caminho das teorias educacionais como Pedagogia Tradicional, Pedagogia Nova, Pedagogia Tecnicista, Teorias Crítico-Reprodutivistas, Teoria Crítica e outras. Todos estes grupos de teorias ajudaram e muito na busca do ensino e da aprendizagem, porém, falta ainda algo.
A psicopedagogia descobriu outros fenômenos importantes da dificuldade no ensino-aprendizagem, são eles orgânicos ou mesmo emocionais e é importante que sejam identificados em sala de aula a fim de auxiliar o desenvolvimento do processo educativo, percebendo se estão associados à preguiça, cansaço, sono, tristeza, agitação, desordem, dentre outros, considerados fatores que também desmotivam o aprendizado e o ensino. A dificuldade mais conhecida e que vem tendo grande repercussão na atualidade é a dislexia, porém, é necessário estar atento a outros sérios problemas: disgrafia, discalculia, dislalia, disortografia e o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Todavia, estes problemas são factuais e ainda continua faltando algo para haver uma melhor forma de aprender e de ensinar.
A sugestão aqui, é que se observem os currículos escolares, a grade curricular, o projeto político pedagógico e o tempo de cada aula. Pois, não adianta teorias pedagógicas nem identificar doenças, se não houver uma organização dentro da escola para dar ao professor e ao aluno tempo suficiente para ensino e a aprendizagem. A grade curricular tem que ter sensibilidade não colocando aulas pesadas no mesmo dia, ou seja, sempre que tiver uma disciplina pesada que a subseqüente seja leve etc. Geralmente a grade curricular é feita por quem não é especializado em ensino e aprendizagem, aí tanto professor quanto alunos deverão seguir o que foi formado inadequadamente. Estas são superficialmente alguns problemas que atrapalham o ensino-aprendizagem.
Professor Nilton Carvalho é Historiador, Especialista em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás), Teólogo e mestrando em Ciências da Religião pela Faculdade Teológica Moriah de Niterói-RJ. ndc30@hotmail.com;http://historiaeculturandc.blogspot.com/;http://twitter.com/#!/profnilton07


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